segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Complexo de Sininho e de Wendy

Bem vindos ao diário de bordo da Ana Cristina, uma balzaca que tem muitas atribuições como a Wendy, e um enorme desejo de voar como a Sininho.
Quando era criança queria ser a Alice só que mais esperta e com o dom de saber voar, queria ser livre e tinha um lado passional muito parecido com a Sininho com aquele seu louco amor por Peter Pan, claro que isso já era fruto do jeitinho canceriano de ser.
O tempo foi passando sem que eu me desse conta que não iria voar, pelo menos não da forma como eu acreditava no passado, e que não existem poções para nos aumentar ou diminuir.
Aos 19 anos  descobri uma gravidez que me trouxe o maior presente que tenho, Pedro Mariano e foi essa hora de deixar de lado as traquinagens de Sininho e o País das Maravilhas, e me adequar a uma outra realidade muito mais parecida com a da Wendy.
A vida como Wendy me trouxe maturidade para muitas coisas, como mãe e profissional principalmente, porém, eu aprendi que não podemos pular de um personagem ao outro e simplesmente sublimar determinadas fases da vida, porque uma hora o tempo cobra aquilo que não vivemos e não aprendemos.E ficamos repetindo modelos antigos até aprender alguma coisa, no meu caso sempre com Peter Pans e Chapeleiros Malucos.
Com votos de que  o aprendizado chegue ao fim em breve...rsrsrsr





Retirei o original do site http://www.mulherzinhagirlie.blogspot.com/
PS: Claro que com 30 anos determinados comportamentos viram meio lúdicos, mas fica de exemplo a essência de uma verdadeira Sininho.

Escrito por Bruna Paixão.

Outro dia eu estava na praia, tomando água de coco e pegando um bronze. Não tinha nada pra fazer e simplesmente adorava isso; inclusive estava me perguntando por quê não tinha nascido milionária. Era uma pergunta sem resposta. Virei para meu companheiro de praia, sentado na cadeira ao lado, e declarei: “Sabe de uma coisa, acho que sofro de um enorme Complexo de Peter Pan.” Ele respondeu que Complexo de Peter Pan era só pra homem, que nesse caso eu teria que sofrer de Complexo de Sininho. Eu disso: “Então, que seja de Sininho. O negócio é que eu não quero crescer.”
Meu amigo perguntou por quê. Ele, como representante legítimo do Complexo de Peter Pan – nós andamos em grupo – estava querendo saber se eu tinha características suficientes para ser uma complexada. “Muito simples, posso dar a você uma lista”, eu disse. Ele me desafiou com um: então comece. E nós, eternas crianças, saímos do controle quando somos desafiadas.
Pra começar, eu tenho 25 anos e ainda moro com os meus pais. Tudo bem, em parte isso é culpa da realidade sócio-econômica do nosso país, que faz com que seja muito mais difícil para os jovens brasileiros adquirirem seu cantinho de liberdade do que é na Europa, por exemplo. Mas existe uma outra coisa por baixo disso… Existe a comodidade. Uma das principais características dos que querem viver na Terra do Nunca.
Outra coisa: saio para o mesmo tipo de bar e boate desde que eu tenho 16 anos. Juro. Hoje confesso que fico um pouco deprimida quando vou a uma festa e ouço as mesmas músicas que tocavam na Basement, inferninho carioca que inaugurou a minha boemia. Já se passaram 6 anos, caramba, e o povo ainda está ouvindo isso? Depois eu penso: “que se dane” e fico cantando Candy, do Iggy Pop, no meio da pista.
Terceiro ítem: não tenho nenhuma maturidade para relacionamentos sérios. Toda vez que arrumo um namorado que dura mais de seis meses, a cena se repete: ciúmes, possessão, etc etc. Quando alguém me diz namora há oito anos, eu acho que a pessoa é um ser iluminado. Porque eu imagino que relacionamentos longos devem significar entendimento mútuo e amadurecimento – ou seja, incompatíveis comigo. E aí está a minha quarta característica infantil: acreditar que homens e mulheres podem se entender e se respeitar.
O ponto definitivo para a conclusão de que realmente eu sofro de Complexo de Sininho é a atração irresistível por homens com Complexo de Peter Pan. Tão complicadinhos. Com medo de tudo. Tão extremamente freaudianos e édipos, procurando a mãe na figura feminina de cada esquina…
Não sou só eu que gosto de homens assim. Elas também gostam. Elas, as mulheres- absolutas. As que são centradas e têm jeito de mãe. As que exibem sempre conselhos sensatos para horas de desespero. As Complexo de Wendy!
Conheço poucas assim – elas não se misturam com tipos como eu. Mas sei que existem. Elas andam com segurança e fazem mais dinheiro do que eu farei aos 30. Geralmente elas têm cabelos lisos. Tudo em suas vidas é centrado e pesado e discutido com a boa e a má consciência. A única situação que escapa do controle dessas mulheres é o amor pelos Peter Pans.
Esses homens que nunca crescem despertam a mãe que mora dentro das Wendys. Elas já eram loucas pra soltar esse lado há muito tempo e de repente – voilá – têm a oportunidade perfeita nos Peter Pans. Esse casal se completa. Ying e Yang. Positivo e Negativo. Quando se encontram, são felizes para sempre.
Peraí, e as Sininhos? Bom, as Sininhos não são seres humanos. Elas podem ficar sozinhas (e amaldiçoar até a morte a oponente Wendy). Aliás, ninguém nunca sabe quando uma Sininho está triste ou alegre. Porque, nos dois casos, ela passa glitter nos olhos e sai pra dançar. Geralmente a mesma música que tocava há seis anos na Basement.

2 comentários:

  1. Entre a cruz e a espada. Entre o brincar e o crescer. Entre a emoção e a razão... Queremos mesmo aprender, queremos realmente evoluir?

    Porque se na Terra do Nunca a vida é uma eterna brincadeira, pra que deixar a diversão de lado?

    Mas a verdade é que o que é bonitinho quando somos crianças se torna inconveniente quando entramos na vida adulta.

    "Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas de das maças" é da vida de cada uma de nós, passar dos voos irresponsáveis às noites de vigília, passar de Sininho a Wendy... Se a vida traz responsabilidade traz também paz e entendimento sobre muitas coisas pelas quais sofremos outrora.

    Paciência consigo, fé no outro. E força, querida, força que a brincadeira está só começando... e ela começa aqui!

    Parabéns pelo blog!

    Beijo enorme.

    Ma.

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